Há mais de 100 anos, os experimentos de um físico alemão revolucionaram profundamente o diagnóstico médico e deram origem aos modernos tratamentos contra células cancerosas, como a radioterapia.
O físico em questão era Wilhelm Conrad Röntgen, responsável por uma das descobertas mais importantes do Século 19, os Raios-X. Neste artigo, iremos explicar mais detalhes de como se deu o surgimento da radioterapia até a sua evolução nos séculos posteriores.
Antes, é necessário contextualizar a importância da radioterapia para os tratamentos oncológicos. É que, por meio de radiações ionizantes, a radioterapia permite destruir ou impedir o avanço das células de tumores cancerígenos.
As radiações são feitas através dos Raios-X: eles conduzem a energia necessária para destruir essas células, penetrando nos tecidos humanos e possibilitando tratar áreas profundas do corpo. Em suma: nada disso seria possível sem a célebre descoberta dos Raios-X pelo alemão Wilhelm Conrad Röntgen, feita há 126 anos.
O surgimento da Radioterapia
Em novembro de 1895, aos 50 anos de idade, Röntgen trabalhava como físico na Universidade de Würzburg, na Alemanha, quando observou um fenômeno curioso enquanto fazia experimentos com tubos de raios catódicos – dispositivos de vidro que geram imagens a partir da incidência de um feixe de elétrons.
Ao ligar o tubo, Röntgen percebeu uma placa de material fluorescente (bário) brilhando, que sumiu quando o tubo era desligado. Ao colocar um livro e uma folha de alumínio entre o tubo e a placa, o brilho voltava a “funcionar”. O físico chegou a conclusão que o tubo emitia alguma espécie desconhecida de radiação. Ele decidiu chamá-la provisoriamente de Raios-X.
A primeira radiografia da história
Algumas semanas depois, em dezembro do mesmo ano, já com os estudos e pesquisas mais avançadas, Röntgen conseguiu que a radiação atravessasse a mão de sua esposa por 15 minutos. O físico documentou tudo com um chapa fotográfica, que após revelada mostrava os contornos dos ossos da mão.
Tratava-se da primeira radiografia da história, um feito que repercutiu e mudou os rumos da medicina para sempre. Pela primeira vez, era possível vislumbrar o interior do corpo humano sem incisões.
O pioneirismo de Röntgen estimulou uma sucessão de descobertas: no ano seguinte, em 1896, foi a vez do físico francês Antoine Henri Becquerel descobrir nada menos que a radioatividade, enquanto conduzia vários estudos e pesquisas sobre os Raios-X.
Importância da descoberta
A descoberta de Becquerel foi de enorme importância porque constatou que os Raios-X podiam prejudicar o organismo quando usados em excesso. Dessa maneira, possibilitou-se a evolução dos cuidados no uso clínico da radioterapia, evitando os riscos aos pacientes.
Por sua vez, Röntgen foi laureado por sua histórica descoberta já em 1901 – ele foi o primeiro a receber o Prêmio Nobel em Física.
Em um nobre gesto, Röntgen se negou a patentear qualquer aparelho de Raios-X. O físico alemão defendia que o importante era utilizar a sua descoberta em benefício da humanidade.
Evolução
A partir da detecção de imagem por Raios-X, a medicina foi avançando para o descobrimento de outras técnicas de diagnóstico por imagem, como a ressonância magnética, a ultra-sonografia e a medicina nuclear.
A radioterapia foi reconhecida como especialidade médica em 1922, no Congresso Mundial de Oncologia em Paris. No decorrer do Século 20, sua evolução culminou em aparelhos de alta precisão, até chegar à atualidade mantendo seu papel fundamental para o tratamento oncológico, possibilitando diagnosticar várias doenças precocemente.
No Instituto de Radioterapia São Francisco, utilizamos modernas técnicas de radiologia para realizar os mais diversos tratamentos, sempre com tecnologia de ponta. Com uma trajetória de 40 anos, sentimos orgulho de pertencer à evolução de uma ciência descoberta há mais de cinco quartos de século e que continua a desempenhar papel fundamental para a medicina.
